A década de 1990 foi, de fato, notável para o crescimento da indústria no Brasil. Com o boom tecnológico, o segmento escalonou processos devido à diversas aplicações inovadoras, vide a manufatura aditiva. Conhecida no mercado industrial desde o final da década de 1980, ela apresenta um crescimento anual médio de aproximadamente 20% e conta com espaço de expansão ainda maior, de acordo com o especialista Luan Saldanha, em publicação divulgada no Portal Indústria 4.0.
Diante deste cenário, no ano de 1991 veio a inspiração para dois sócios de criar, em um pequeno pavilhão, a Metalúrgica Golden Art’s (MGA), empresa que hoje é voltada ao mundo de válvulas industriais e que já passou por diversas transformações ao longo do tempo.
Após o pontapé inicial, a empresa aprimorou suas atividades, deixou de fabricar apenas alavancas e passou para um estágio mais avançado. Atuando de forma verticalizada, com matrizaria própria, a MGA tem possibilidade de criar peças com liberdade geométrica e que fazem com que as válvulas da marca sejam reconhecidas mundo afora.

A MGA no século XXI
Hoje em dia, a MGA se inseriu de vez no mundo tecnológico e vem transformando seus processos de forma exponencial, o que mostra seu crescimento gradativo. Desde a realização de modelos 3D de engenharia até a peça pronta na mão, a empresa conta, atualmente, com um parque fabril com mais de 27.000 m² de área construída, mais de 500 colaboradores, um grupo de empresas que estão conectadas a autonomia, melhoria contínua dos processos e qualidade dos produtos da empresa, que se reportam às filiais da marca.
A MGA tem suas plantas fabris localizadas em Veranópolis, no Rio Grande do Sul onde fábrica todos os seus produtos tendo filiais para distribuição em São Paulo e Ceará. E para a melhor eficácia neste processo, a empresa conta com equipamentos de última geração, além de laboratórios para ensaios e testes, tendo como uma das principais verticais a impressão 3D industrial.
Muito desse desenvolvimento tecnológico se deve a Luciano Boito, atual Gerente de Engenharia de Processos e Inovação da MGA, que está na empresa há 20 anos e já passou por algumas transformações da marca.
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Com sua trajetória iniciada na empresa no início dos anos 2000 como estagiário, Boito participou de muitos ciclos importantes, desde a inserção das primeiras tecnologias até a consolidação da mais recente conquista da MGA: a impressora 3D da Formlabs, a Form 4L, ideal para trabalhos voltados a microfusão.
“Com essa impressora 3D, consigo produzir peças muito mais rápidas e com precisão. Antes, um único componente podia levar até 2 ou 3 dias para ficar pronto, mas agora, graças a essa tecnologia, finalizamos em apenas um dia. Essa agilidade faz toda a diferença no nosso fluxo de trabalho, otimizando tempo e garantindo resultados mais eficientes”, definiu.
Lançada em outubro de 2024, a impressora 3D industrial Form 4L traz mais confiabilidade e versatilidade ao universo da manufatura aditiva. Com ela, você pode:
- Criar peças grandes com alta qualidade de acabamento superficial;
- Produzir peças com grande nível de detalhamento;
- Acelerar a produção de itens críticos com assertividade.
Form 4L | A impressora 3D da Formlabs
Quanto a fabricação, a ideia inicial da MGA sempre foi imprimir um produto/modelo e realizar a fundição dele, chegando assim na peça em aço. Entretanto, no princípio das ações com impressão 3D industrial, a empresa optou por trabalhar com PLA por filamento, um termoplástico biodegradável de origem natural e de fontes renováveis, como amido de milho ou cana-de-açúcar.
Apesar da facilidade e do baixo custo de impressão com esse tipo material, a MGA entendeu que precisava de uma tecnologia capaz de trazer uma maior qualidade, contando com velocidade, precisão e custo-benefício, atributos que definem muito bem o que é a Form 4L, impressora 3D da Formlabs.

Segundo Boito, a empresa precisava de peças finais com um acabamento fiel e similar a cera já utilizada, ou seja, o objetivo era fugir do retrabalho e por isso decidiram investir em uma impressora 3D industrial mais robusta e capaz de trazer agilidade e velocidade de execução.
“Fabricamos válvulas criogênicas e, como ainda não tínhamos matriz para a injeção em cera, iniciamos as operações produzindo essas peças em PLA. Atualmente, estamos utilizando a impressora 3D industrial Form 4L da SKA para essa fabricação. Todos os pedidos de válvulas que recebemos estão sendo produzidos nesse equipamento, o que demonstra nosso significativo avanço tecnológico. Já estamos substituindo peças que anteriormente eram feitas em filamento e apresentavam qualidade insatisfatória”, destacou.
Mas, afinal, como atua a MGA?
A marca possui uma rede de mais de 10 mil revendas cadastradas e atua com um modelo verticalizado, garantindo agilidade e precisão na solução das demandas dos clientes. O fluxo de trabalho com essas empresas é simples e eficiente:
As revendas realizam pedidos de produtos para seus estoques, para atendimento a seus clientes com projetos padrão ou especiais, a MGA, aproveitando sua expertise, faz a distribuição dos itens, esse processo resulta em um serviço sob demanda ágil, direto e altamente assertivo.
A verticalidade da MGA também se manifesta em sua relação com clientes terceiros. Embora a demanda por esse segmento seja menos frequente quando comparada aos mercados interno e externo, a empresa mantém um processo bem estruturado para atendê-lo.
A estratégia comercial da marca é clara: produtos que não sejam válvulas são vendidos diretamente ao cliente final, assegurando rapidez e um relacionamento próximo. Já no caso das válvulas, optam por trabalhar exclusivamente com revendedores autorizados — uma escolha que preserva os padrões de qualidade, reforça a expertise da empresa e garante a eficiência da cadeia de distribuição. “Essa abordagem nos permite manter a consistência do nosso modelo de negócios, alinhando especialização e confiança no mercado”, explicou o representante da MGA.
O futuro da marca

Com 34 anos no mercado, a MGA tem ideia de expandir seu raio de atuação, tendo em vista a inovação de ferramentas e a inserção de novas tecnologias, como a inteligência artificial.
De acordo com Boito, a empresa tem grande otimismo em relação ao universo da impressão 3D industrial. Atualmente, a marca tem tomado ações internas para melhorar o ciclo de produção das válvulas e crescer ainda mais.
Um bom exemplo disso está relacionado a impressão de peças internas, mesmo não contando com matriz própria para melhorar os seus produtos. Essa tomada de decisão tem ampliado a visão de futuro da empresa, que tem utilizado essas ações como validação fiel para startar novos projetos e desdobramentos.
Entretanto, essa inovação se deve ao contato e a expertise adquirida com a SKA.
SKA + MGA
Há alguns anos, MGA e SKA iniciaram seu contato, que hoje se trata de uma parceria sólida e que vem trazendo frutos para a manufatura aditiva industrial. Em uma feira voltada a área mecânica realizada há alguns anos, em Caxias do Sul-RS, as empresas tiveram seu primeiro contato e, desde então, seguem explorando as tecnologias da popular impressão 3D para a indústria.
Após a primeira conversa, a MGA realizou, prontamente, algumas impressões com a SKA e tudo ocorreu da melhor forma possível. Segundo Boito, a amostra inicial de peças superou as expectativas, o que culminou no fechamento do negócio e na implantação posterior da impressora Form 4L.
“O atendimento da SKA sempre foi muito cordial, rápido e prestativo, independentemente do assunto que eu precisei resolver. Nós trabalhamos com a SKA há 15 anos, eu estou há 20 aqui, ou seja, antes dessa parceria eu já estava aqui (…) Sempre mantivemos uma ótima relação, a ponto de despertar um interesse crescente e muito relevante, desde o SOLIDWORKS, software de desenho CAD 3D, até a Form 4L, que tem nos fornecido ganhos exponenciais”, concluiu.
Para o especialista em manufatura aditiva da SKA, Carlos Henrique Schmidt, a parceria com a MGA ajudou a consolidar um projeto que já estavam testando há bastante tempo no Brasil.
“Imprimir peças em 3D para microfusão já não era mais uma novidade para nós, entretanto, não existia um processo bem definido que trouxesse assertividade no produto, sem a necessidade de grandes pós processos. Com a utilização da tecnologia de MSLA da Formlabs, nós conseguimos imprimir peças com excelente acabamento superficial, de maneira rápida, com precisão, e que aceleram muito a produção da MGA”, corroborou.

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